quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O problema dos 20 e poucos anos.


Ter 20 e poucos anos é como ser da classe média. Você não é suficientemente pobre para te darem um auxílio, e nem suficientemente rico para não precisar de ajuda. Ter 20 e poucos anos é, possivelmente, a fase mais difícil de (se) entender.
Sempre tive muita sorte com coisas de colégio. Não importava o que eu fizesse, as pessoas olhavam com admiração e respeito por, mesmo tão novo, estar realizando bons projetos. Confesso ter me acostumado com essa ideia que esteve presente desde os primeiro anos de escola até o vestibular. E, com isso, me distanciei da realidade.
Agora com 23 anos não importa o que eu faça, pode ser um projeto enorme com 50 gigantes entre as revistas de moda do mundo ou uma entrevista exclusiva com um grande designer, a sensação do relógio ter parado é sempre a mesma. Você entra em um fluxo em que nada pode ser feito a não ser trabalhar e esperar pelo melhor. Não temos mais idade para sermos considerados prodígios, e nem mesmo para sermos levados em consideração de uma forma respeitosa em relação a nossas experiências. Nós ficamos nesse meio entre a imaturidade e a maturidade, um meio que não diz nada, não paga as contas e não te deixa feliz.
Possivelmente, ter 20 e poucos anos seja um período exclusivo para amadurecer e perceber, caso ainda não tenha passado por isso, como a realidade, cruel e simplesmente, é. Ter 20 e poucos anos é assumir que você, mesmo no canto mais profundo do seu coração, ainda é um adolescente perdido na terra de gigantes experientes que irão, mais cedo ou mais tarde, te escravizar nesse sistema que chamamos de ‘independência financeira’. É fazer, não importa o que, e esperar pelo melhor resultado se conformando de que ele não virá agora.
Talvez a grande lição dos 20 e poucos anos seja aprender que o equilíbrio só acontece quando você abre mão de coisas importantes. Que perder dói, que vencer envolve sacrifícios que você nunca imaginou passar e que, inevitavelmente, uma hora você se sentirá uma alma perdida em uma imensidão escura.
Ter 20 e poucos anos é aceitar a si mesmo, sua família e seus amigos e, sobretudo, se apegar a eles como se fossem o último fósforo da caixinha. Aquele palitinho que te salva caso você caia na escuridão profunda. Mas é também a hora de se arriscar, de tentar, de quebrar a cara e de esquecer, de uma vez por todas, que algo pode ser definitivo. ‘Tudo é definitivo até mudar’, me disse uma vez um professor de física no colégio. É hora de perceber que você consegue passar por dificuldades nunca antes cogitadas, de perceber que 5 reais gastos de uma forma estúpida podem fazer falta… e farão.
Os 20 e poucos anos separam os meninos dos homens.

Texto de Gregory Martins, do blog Trend Coffee

2 comentários:

  1. Lindo texto! Ter 20 e poucos anos realmente não é facil.. Mas nada que não possamos superar juntos.. O melhor estar por vir. Love u! Lara.

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  2. Conciliar a responsabilidade definitiva da maturidade mais o lado feliz imaturo e infantil sem complicar o primeiro é o grande diferencial dos "meninos" de hoje que se tornarão os grandes Homens amanhã. Nossos tempos já herdarão informações suficientes de nossos antepassados sobre conciliar trabalho com felicidade senão não vale o esforço, nada se conquista só no trabalho sem felicidade,o clima não é o mesmo, o stress deixa sequelas diárias de mau humor, sempre vivemos nessa de projetar a felicidade pra daqui 20 anos quando virá a recompensa pelo trabalho duro e então se sufoca por 20 anos de puro martírio, sem recompensas emocionalmente válidas. Não! Não tem nexo viver assim, comprar a felicidade futura com infelicidade por agora! O lema da realização é: Vontade de realização ativa, trabalho persistente e o merecimento será justo, não se preocupe que virá, só não fique de mãos atadas!mas enquanto busca, seja feliz agora e concilie a responsabilidade pra semear o futuro, pois ambos juntos trazem a realização humana completa e uma visão de um lugar privilegiado do mundo.

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